Chris Patten defende "consulta genuína" em Hong Kong

Perante a vaga de contestação que percorre as ruas de Hong Kong, o ex-governador britânico daquele território, Chris Patten, defendeu hoje que é preciso encetar um período de verdadeira consulta ali.
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"Eu penso que temos que ver o diálogo substituir o gás lacrimogéneo e o gás pimenta", disse Patten, aos microfones da rádio BBC. E acrescentou: "Penso que para salvar a face de Pequim e do governo de Hong Kong o mais correto é a fazer é embarcar num novo período de consulta, fazer uma consulta genuína, porque há muita gente que está do lado da democracia".

Chris Patten, de 70 anos, foi o último governador britânico em Hong Kong, antes de o território ser entregue à China em 1997. Patten foi também comissário europeu das Relações Externas, entre 1999 e 2004, sendo atualmente reitor da Universidade de Oxford.

Patten já tinha criticado o que se passa em Hong Kong, onde os manifestantes exigem a eleição direta dos seus líderes, em vez da nomeação por Pequim. Num artigo publicado no início de setembro no jornal 'Financial Times, instou o Reino Unido a "erguer-se" pela democracia na sua antiga colónia.

Em resposta a esse artigo, o gabinete do chefe do Executivo de Hong Hong, Leung Chun-ying, declarou: "Em primeiro lugar, antes de Hong Kong regressar à mãe pátria, nenhum governador de Hong Kong foi eleito pelo povo".

A China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Executivo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200 pessoas, que seria capaz de escolher o seu líder em 2017. Porém, no início de setembro decidiu que os aspirantes ao cargo vão precisar do apoio de mais de 50% de um comité de nomeação para concorrer à eleição e que apenas dois ou três serão selecionados como candidatos. Ou seja, a população de Hong Kong exercerá esse direito, pela primeira vez, mas só depois daquilo que a ala democrata designa de 'triagem'.

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